terça-feira, 12 de agosto de 2008

Aldeia Galega

- É da aldeia? Da aldeia galega?
Beberico o café, exalto-me ligeiramente nos saltos altos e olho as minhas unhas vermelhas.
- Da aldeia? Galega? Não…
A mulher sorri e volta a sentar-se na esplanada, desculpada.
E dou por mim a regressar à redacção, a olhar as pedras da calçada e a imaginar-me essa mulher da aldeia. Galega.
Tem decerto um regaço de filhos e não se preocupa em organizar assuntos por páginas.
Acorda às sete da manha e sorve uma chávena de café. Também.
Café de borras.
Café de borras e os filhos todos no regaço quando acorda.
Eu regresso às páginas de jornal.
Tenho a minha filha no regaço nos intervalos da máquina que imprime o papel.
E que às vezes borra.
Contudo tenho hoje também um ramo de begónias vermelhas sobre a mesa.

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