Um dia uma menina chamada Sofia completou cinco anos. E nesse mesmo dia uma fada madrinha, de seu nome Paula, ofereceu à menina uma tartaruga, verde, verdinha cor dos prados no despontar da primavera.
A essa tartaruga, que tinha o hábito de levantar-se do pequeno aquário em forma de coração, decorado com uma palmeira à sua medida, Sofia chamou “Fifi”.
Apenas um dia depois da tartaruga chegar à casa da menina e da mãe, não ainda recuperada do jet leg que foi o transtorno do transporte de uma loja de animais até à dita casa, envolta em papel de embrulho e dentro de um caixote, a menina insistiu em levar a tartaruga a passear até à casa do pai.
No reboliço que foi a viagem – Cartaxo – Azambuja – a tartaruga sofreu de amuos, traumas, medos, enjoos e virou-se de carapaça ao contrário no fundo do aquário assustando a menina que prometeu não mais levar a tartaruga em embalos de viagens “todo o terreno”.
A tartaruga está, desde então e para sempre, na imagem da menina.
E mesmo num dia mais triste quando a mãe, numa crise existencial, pediu à menina desculpas pelo transtorno que é ter a menina que movimentar-se entre duas casas, que no fundo são suas, respondeu, depois de pensar um bocadinho:
“Não faz mal. Sabes, eu sou uma criança. Não sou uma tartaruga”.
Abraçaram-se e dormiram juntas. Mas sem a tartaruga...
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
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