Na biblioteca entrou arrojado
O velho – desdentado, de ar desmaiado
Consumiu-se no meio dos livros
De tempos idos, outros perdidos
Recordou vitórias de atleta corrido
A perseguir metas, desmedido
O velho entrou desbocado
E à figura alta deitou o olho alado
Não deixou por mão alheia
A vontade de lhe lançar a peia
Chamou a rapariga no meio da rua
Entre andaimes de obra fez uma jura
A rapariga de cabelo escuro virou-se de repente
Viu um susto de gente
- “Esse corpo é seu, não mente?
Olhe que não dura para sempre!”
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