segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O elogio do velho

Na biblioteca entrou arrojado
O velho – desdentado, de ar desmaiado

Consumiu-se no meio dos livros
De tempos idos, outros perdidos

Recordou vitórias de atleta corrido
A perseguir metas, desmedido

O velho entrou desbocado
E à figura alta deitou o olho alado

Não deixou por mão alheia
A vontade de lhe lançar a peia

Chamou a rapariga no meio da rua
Entre andaimes de obra fez uma jura

A rapariga de cabelo escuro virou-se de repente
Viu um susto de gente

- “Esse corpo é seu, não mente?
Olhe que não dura para sempre!”

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