Transplantei a primeira flor
Botão de rosa amargurado
De vermelho pálido pintado
Não procurei chuva de prata
Enterrá-la em vasos de lata?
Mil vezes bocas de leão!
Que hei-de fazer?
Diz-me tu, oh homem que regas!
[E esse segredo carregas]
Bebericam-te as pontas dos dedos
Essas flores viçosas
Como se lhe oferecesses a vida.
Que hei-de fazer?
Se o caule não ficou bem profundo?
Se a raiz solta não a fizer vingar?
Um ramo de gardénias
Te entregarei
A ti que és rei
Enquanto não - parto à procura dos jacintos
Que tingem os rios
Mancha azul num mar de tangos
Transplantei a primeira flor
Roseira brava à procura do amor
Mas não do primeiro.
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